Zé do Mate
Poesia que vem do Mate




Este é o som das praias do Rio de Janeiro: o grito e os animados bordões entoados pelos vendedores de mate e biscoito de polvilho que trilham pela orla carioca. Entre eles, José de Oliveira Dias, 68 anos, mais conhecido como Zé do Mate.



“Eu já sou aposentado, mas tenho 36 anos de areia”, orgulha-se o vendedor que segue na ativa aos finais de semana, dizendo ter muitos fregueses e amigos na praia do Leblon.



“Moro longe, saio de casa entre oito e nove horas da manhã e volto umas sete horas, dependendo do movimento. Se estiver bom, vou embora mais cedo”, explica Zé. Segundo ele, a cada dia consegue vender uma média de 200 mates.




Seu Zé do Mate


Com uma toalha para proteger os ombros, Zé do Mate percorre a areia levando em torno de 30 litros de bebida distribuídos em dois galões. Num deles vai o mate e, no outro, a limonada. A mistura, cuja concentração varia conforme o gosto do cliente, virou a “tradição do praião”, como diz o seu Zé.



O sucesso do “geladão” também rendeu reconhecimento aos vendedores ambulantes, que desde 2012 são considerados Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro. Na ocasião, José foi o primeiro dos mais de mil vendedores ambulantes do Rio a receber o alvará de comercialização, documento entregue em mãos pelo então prefeito em exercício.



Fazendo rima com sua mercadoria, Zé do Mate e seus colegas integram a atmosfera das praias cariocas. Eles são a marca registrada de um estilo de vida e representam uma manifestação cultural típica do Rio. Zé do Mate faz do trabalho um momento de descontração e serve de exemplo e inspiração para os vendedores mais novos.
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"Mate limão,
o melhor do praião"